quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Convivendo para Aprender!

Ao pensarmos em Ambientes Virtuais de Aprendizagem pensamos em programas (softwares) que se propõem a reunir a possibilidade de orientar e gerar espaços de comunicação, de interação e de convivência.
Por vezes ele apenas reproduz o que já acontece nas salas de aula físicas, porém é importante reconhecer que dependerá das (inter)ações dos atores envolvidos (professores, alunos, tutores, etc.) para  o ambiente se tornar um meio de uso da tecnologia que propicia a aprendizagem a partir da participação ativa destes atores.
            Ao reler o artigo da Professora Eliane Schlemmer “O Trabalho do Professor e as Novas Tecnologias”, muitas de suas observações chamaram atenção, pois vem ao encontro das reflexões que podem contribuir para responder nossa pergunta orientadora do Blog, para tanto seguem alguns destaques do texto.
            A autora coloca que vivemos em uma cultura de virtualidade real, estamos mergulhados em um ambiente inundado de tecnologias digitais das mais diversas, e mesmo que nós, professores não estejamos sintonizados com esta realidade, ela está posta.
           O viver e conviver de nossos alunos se dá pela forma como as tecnologias digitais possibilitam a comunicação e desta forma como se relacionam com o mundo. Mas e nós professores, como podemos responder a esta realidade?
            Há dois caminhos apontados no texto, o primeiro, percebendo as tecnologias digitais como apenas ferramentas de apoio ou, o segundo, percebendo como estas tecnologias podem melhorar o processo de ensino e aprendizagem bem como tornar estes espaços digitais verdadeiros ambientes de convivência, implementando novas formas de comunicação, promovendo interação, possibilitando aos alunos assumirem autonomamente seu processo de aprender, com atitudes de colaboração e cooperação, autoridade, respeito e solidariedade.
            A participação do professor desafiando seus alunos através de projetos, estudos de caso, resolução de problemas e constituição de redes de comunicação e interação estimulará as reflexões destes aprendentes em relação aos seus próprios processos de aprendizagem.          Projetos de aprendizagem que contemplem a interdisciplinaridade são apontados no texto como um estímulo para a formação de comunidades virtuais para a resolução de desafios a partir da constituição de redes de comunicação e de interação.
                 Conforme Schelemmer (2006),
Quando o objeto de conhecimento envolve outros sujeitos, a construção do conhecimento ocorre por meio de processos de colaboração e de cooperação, que se estabelecem a partir do conhecimento de cada um dos sujeitos, articulando diferentes pontos de vista e utilizando diversos meios analógicos e digitais que possam subsidiar esta construção (p. 37).

            As práticas virtuais poderão estar acontecendo a partir de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, onde o ensino e a aprendizagem são atemporais e sem um endereço específico, mas acontecem em qualquer lugar e a qualquer tempo. Gerar uma parceria com seus alunos que os provoque, instigue-os, desacomode-os compartilhando conhecimento, ideias e projetos, para que através dos ambientes virtuais rompam paradigmas, utilizando a tecnologia como propulsora de inovação e não como “a inovação” constitui ações do professor.
            Esta postura docente implica uma formação que o instrumentalize para estas novas estratégias, afinal como poderá o professor responder a necessidade de seus alunos de aprender através das tecnologias digitais e tornarem-se autores deste processo se não estiver preparado para assumir este protagonismo.
            Schelemmer (2006) destaca ainda que estimular a inovação, entendida como a quebra de paradigmas, “implica um complexo processo que se dá no conhecer e no conviver, e não simplesmente por existir uma nova tecnologia, um novo meio” (p.39). Finalizando, a autora destaca a necessidade de uma relação aluno-professor “autêntica e verdadeira” (p.40), fortalecida por atitudes de respeito e valorização, bem como de confiança, favorecendo a convivência em ambientes virtuais ou físicos.
            Talvez ao abordar especificamente as tecnologias digitais não se perceba inicialmente a ligação entre a pergunta “Como transformar ambientes virtuais de aprendizagem em ambientes de convivência?” e as análises realizadas pela autora, mas olhando com mais atenção, a abordagem em relação à responsabilidade do professor quando tenta responder esta pergunta através de suas ações pedagógicas encontramos o ponto de encontro e talvez, uma possível resposta.
            Transformamos ambientes virtuais em ambientes de convivência quando compreendemos tudo que há implicado na proposição destes softwares, quando participamos da construção destes, e fundamentalmente quando entendemos como aprendemos, quando reconhecemos nossa autoria e autonomia, professor e aluno, quando nos instrumentalizamos para a proposição de atividades que integrem conhecimentos e gerem inovações.
            Este é um pequeno passo na resolução do problema aqui proposto, e como não poderia deixar de ser levantou uma série de outras possibilidades para uma próxima reflexão: Como os professores se percebem neste processo de tornar ambientes virtuais, ambientes de convivência?

REFERÊNCIAS

SCHELEMMER, Eliane. O Trabalho do Professor e as Novas Tecnologias. In: Revista Textual / Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul . v.1, n.8 (set./2006). – Porto Alegre: Sinpro/RS, 2006.

______________, A aprendizagem com o uso das Tecnologias Digitais: Viver e Conviver na Virtualidade. Série-Estudos - Periódico do Mestrado em Educação da UCDB. Campo Grande-MS, n. 19, p. 103-126, jan./jun. 2005. 

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