quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Reflexões...

Ao olharmos a pergunta de investigação proposta, deriva dela a necessidade de algumas conceituações que contribuirão para esclarecer nossos objetivos ao questionar a convivência em ambiente virtual. Entre esses conceitos, destaca-se a Convivência, o Ambiente Virtual, o Ambiente Virtual no Contexto da Educação e a Interação.

Convivência prevê o diálogo com uma participação responsável dos sujeitos, mantido o respeito mútuo. Conforme Schlemmer (2005), uma rede de convivência é onde o outro é reconhecido como o legítimo outro na interação. A autora ainda cita Maturana (1997), para o qual espaço de convivência é onde por meio do fluxo de interação entre os seres vivos e entre ser vivo e o meio, é possibilitada a transformação.

Ambientes Virtuais entendido como espaços de fluxo contínuo de informações, de comunicação, de interação, de aprendizagem, de convivência, modificando as relações entre a máquina e o homem, ultrapassando barreiras de tempo e espaço.

Ambientes Virtuais no Contexto da Educação, conforme Soares, Valentini e Rech (2011, p. 43) se caracterizam por serem espaços em que interlocutores interagem cooperando e desenvolvendo idéias para aprendizagens significativas, com interações mediadas por estratégias e intervenções estratégicas, em um processo atemporal, transcultural, sem fronteiras num processo de avaliação formativa contínua.

Interação é vista como estar juntos para um mesmo objetivo em um processo interativo. Primo (2000) estabelece um conceito de sistema interativo que trabalha com a autonomia, com o diálogo, a comunicação e fundamenta-se na troca. Ele ainda apresenta um conceito de sistema reativo, fechado, linear e sem trocas. O autor ainda indica dois tipos de interação, a mútua que permite transformações permanentes, e a reativa que resume-se a uma relação estímulo-resposta.
Na relação interativa existe a liberdade de escolha do indivíduo, o que não ocorre na relação reativa.
Nesta, o sistema permite apenas "uma gama pré-determinada de escolhas" (PRIMO, 2000, p. 6), cabendo ao indivíduo apenas escolher dentre elas, enquanto aquele dá "total autonomia ao espectador" (ibid.), permitindo que faça suas próprias escolhas, interagindo diretamente com o sistema de forma livre e espontânea.

Diante desses conceitos, entendemos que a transformação de um ambiente virtual em um ambiente de convivência, é possível, mas para o sucesso desses ambientes, a interação que qualifica a convivência deverá ser a tônica das relações virtuais. Para que a aprendizagem seja significativa, os atores envolvidos necessitam interagir, e o professor, em seu papel mediador, deverá oportunizar estratégias pedagógicas que contemplem essa possibilidade de interação, de consolidação de um real ambiente de convivência.

PRIMO, Alex. Interação mútua e reativa: uma proposta de estudo. Revista Farmecos. Jan. 2000, n.12, p. 81-92 In:  http://www.ufrgs.br/limc/ PDFs/int_mutua_reativa.pdf  <Acesso em:  28 out. 2014>

DO SACRAMENTO SOARES, Eliana Maria; VALENTINI, Carla Beatris; RECH, Jane. Convivência e aprendizagem em ambientes virtuais: uma reflexão a partir da biologia do conhecer. Educação em revista. dez. 2011, v.27, n.03, p. 39-60 In: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-46982011000300003 <Acesso em: 28 out. 2014>

SCHLEMMER, Eliane. "Dos ambientes Virtuais de Aprendizagem aos Espaços de Convivência Digital Virtuais – Ecodis: o que se mantêm? O que se modificou?" In: Aprendizagem em ambientes virtuais [recurso eletrônico] : compartilhando ideias e construindo cenários / org. Carla Beatris Valentini, Eliana Maria do Sacramento Soares. Caxias do Sul, RS: Educs, 2010.

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